Participação nos Lucros ou Salário?
O Tribunal Superior do Trabalho e a direção da ECT quer impedir greve da categoria por aumento do salário, se utilizando o atrasado pagamento da PLR/2013
Usando a prerrogativa de mediador, o Vice-Presidente do TST, Ives Gandra Martins Filho, deixou claro com sua posição de que a PLR dos Correios é apenas um instrumento patronal para impedir o reajuste salarial da categoria.
Pois a PLR não tem nada haver com a campanha salarial, são coisas totalmente diferentes, que devem ser negociadas em datas diferentes, o calote da ECT em pagar a PLR 2013 até do final de maio deste ano que levou a situação a ser discutida simultaneamente.
Além do mais a PLR não incidir em nada nos salários dos trabalhadores, é uma espécie de abono, com agravantes, pois a PLR trás em seu conjunto a divisão dos trabalhadores, já que a ECT se recusa a pagar de forma linear a PLR, quer dividir em sete níveis o pagamento e ainda inserir o pagamento com supostos critérios de produtividade.
Veja a proposta da ECT para pagamento de PLR que o Ministro leu na reunião:
1 – Pagamento da PLR/2013 condicionado à assinatura de acordo de PLR em três anos – PLR 2013, 2014 e 2015;
2 – A PLR de 2013 (que já deveria te sido paga até o final do mês de Maio/2014). A ECT vai disponibilizar R$ 76 milhões de reais para distribuir a titulo de PLR2013, sendo que R$ 38 milhões de reais serão distribuídos de forma linear para os 127 mil trabalhadores ecetistas, que dá um valor aproximado de R$ 300,00 para cada trabalhador.
Os outros R$ 38 milhões serão distribuídos em até sete faixas salariais (parte escalonada), dos quais não temos como calcular, pois a ECT não divulgou a metodologia deste escalonamento.
Com esta divisão por faixas, um trabalhador operacional dos Correios poderá receber até cinco vezes menos de PLR do que outro funcionário da ECT, que provavelmente será do alto escalão.
3 – A PLR de 2014 também seria distribuída com o mesmo critério de 2013, com 50% em lucro liquido e 50% em incentivo de produtividade, estabelecendo que para o trabalhador participar dos 50% do incentivo de produtividade teria que submeter ao critério do IDO – Índice de Desempenho Operacional; (Um cheque em branco para ECT já que não sabemos os valores do Lucro e do resultado, e com os mesmos critérios de divisão da categoria).
4- A PLR de 2015 seria distribuída em 40% de lucro e 60% de índice de produtividade, de forma que, além do IDO, também entraria neste ano quatro critérios de produtividade.
Após apresentar a proposta indecente de PLR-2013, organizada pela ECT, o Vice-Presidente do TST, Ives Gandra Martins Filho, afirmou que o pagamento da PLR está condicionado a não realização de greve na campanha salarial deste ano.
Afirmou ainda: “A greve trás enormes prejuízos para os trabalhadores, pois a direção da ECT ajuizará o dissídio e nós, magistrados vamos ter que punir os trabalhadores com o pagamento dos dias parados”.
As negociações da PLR deste ano só comprova a experiência do movimento operário de considerar a PLR um instrumento criado pelo patrão, uma espécie de “isca” para desviar a atenção dos trabalhadores em relação à luta pelo aumento salarial.
Com a atitude ofensiva do TST e ECT em usar a PLR para não ter greve na campanha salarial, o assunto se abre novamente e coloca para os trabalhadores a seguinte questão: Não seria melhor exigir da ECT que os 76 milhões de reais separados para distribuir a titulo de PLR, ser transformados em reajuste salarial?
R$ 76 milhões usados no reajuste salarial deste ano acresceriam mais 2% nos salários de todos os trabalhadores.
Por isso está na hora de defendermos que queremos a PLR transformada em salário.
- 29% de reajuste salarial já ou greve!
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